segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Balanço Primeira Semana

Depois de uma semana aqui na Índia já posso fazer um balanço geral do que foram minhas primeiras impressões e o que estou achando daqui. Vou fazer isso por tópicos para ficar mais fácil para estruturar e para vocês lerem só o que querem saber.
  • A cidade: Baroda, ou Vadodara, é uma cidade de aproximadamente 2 milhões de habitantes. É considerada pequena para os padrões indianos (é a terceira maior do estado de Gujarat). Ainda não andei muito pela cidade para falar bem ou mal dela, sei que tem algumas construções antigas, como em qualquer cidade na Índia, e alguns shoppings.

  • Diversão: Por ser o estado onde Gandhi nasceu e começou sua peregrinação pela independência da Índia, as autoridades decidiram homenagear ele proibindo bebidas no estado. Agora, se imagine numa sociedade sem bebidas e, conseqüentemente, sem bares, sem boates, a pergunta que vem na cabeça é: como as pessoas se divertem e se socializam? A resposta é: não faço a mínima idéia! Talvez seja cedo para falar disso, mas, aparentemente, as pessoas não fazem muitas coisas aqui, principalmente de noite, mas com o tempo vou ver se descubro alguma coisa.
  • Morada: Estou morando no Taj Residence Hotel. É um hotel mega-chique que eu, caipirão, quando cheguei nem sabia o que fazer direito. Todos são super cordiais, te ajudam, é bom dia para cá, como vai para lá, te oferecem ajuda para tudo. Muito diferente dos hotéis que estava acostumado no Brasil.
    Tem uma piscina bem grande e um gramado nos fundos onde dá pra bater uma bolinha (só falta saber com quem). Tem também uma academia muito boa, com esteiras, bicicleta, aparelhos de musculação e pesos.
    O quarto também é bom, grande, tem uma mesa onde uso o computador e as vezes faço as refeições, um sofá muito bom para ver televisão, uma cama confortável – Ah! Aqui tem um menu de travesseiros, com umas oito opções diferentes para você escolher o que mais te agrada – uma copa com chás, café e leite solúveis e um aquecedor de água. O banheiro também é excelente com água quente e fria em todas as torneiras.
  • Rotina: A falta do que fazer a noite e a mudança de fuso horário me fizeram uma pessoa um pouco mais saudável. Todos os dias acordo 6:00 e vou até a academia caminhar. Volto tomo banho, falo com o Brasil, e vou para o café da manhã.
    Saio de casa umas 8:20 para o trabalho, aqui o pessoal entra as 9:00 e sai as 18:00. Chego em casa umas 18:30, vejo um pouco TV, fico na internet, falo com o Brasil de novo e, no máximo, as 22:30 eu estou dormindo. O próximo passo é malhar um pouco quando volto do trabalho.
    Faço isso da segunda a sábado (sim, aqui eles trabalham de segunda a sábado e vou ter que seguir esse horário) e domingo, que só tive um até agora, descanso. Mas, por essa semana que passou, eu posso dizer que um dia só de descanso é pouco. Hoje estou tão cansado, ou mais, que sexta-feira, você acaba não desligando. Quero ver o Pastinha falar que eu não trabalho agora!
  • Alimentação: Sem nenhum problema! Pelo contrário, estou comendo muito bem. A cozinha do hotel é excelente, com várias opções de prato indiano, chinês e internacional. Todos eles são um pouco picantes, mas quem me conhece sabe que eu gosto. Lógico, não rola aquela picanha ao alho, mas entre peixe, galinha e cordeiro a gente se vira bem por aqui.
    Na fábrica o hotel manda todos os dias a comida. Sempre é algo mais simples, mas não ruim. Ainda não me arrisquei na salada aqui, mas, outros brasileiros que estão aqui, já me disseram que não tem problema algum.
    Café da manhã tem de tudo: pães, queijo, manteiga, geléias, café, chás, leite, sucos, frutas, ovos, bacon, salsicha, etc. Normalmente como croissant, frutas e tomo café com leite. Também sem nenhum problema.
    Resumindo, a fome que achei que ia passar não existe, meu intestino, que estava tenso com a situação, está tranqüilo, sem esforços ou abalos e minha expectativa de perder 15 quilos no meu período aqui vai ter que ser na base da malhação.
  • Trabalho: A fábrica aqui é boa, nada diferente das fábricas no Brasil. Lógico que tem problemas, senão eu não estaria aqui, mas não é nada que torne meu trabalho diferente ou desagradável.
    As pessoas foram muito receptivas, me deixaram bem a vontade para trabalhar e buscam suprir todas minhas necessidades, inclusive aquelas que não tem a ver com o trabalho. Minha equipe parece muito bem preparada, são inteligentes, conhecem bem a fábrica e estão bem entusiasmados com o trabalho. Acho que não vou ter maiores problemas.
  • O idioma: Sotaque indiano é foda! Entender os caras no início foi difícil, agora já estou me acostumando e entendendo mais o que eles dizem, mas toda hora eu solto um “sorry?”. Na verdade, vai de pessoa para pessoa, alguns são um grande desafio entender, outros são tranqüilos. Mas, em um país onde as palavras ‘to’, ‘too’ e ‘two’ têm todas a mesma pronúncia, ‘tu’, as vezes uma frase pode ser bem difícil.

Bom, já escrevi demais. Tinham outros assuntos que queria abordar, mas vou deixar para depois. Acredito que já dei uma idéia do que vi na minha primeira semana aqui.

Um comentário:

b4 disse...

É, Fi... Morar em hotel não é fácil. Eu fiquei dois meses em Macaé, com uma coisa em comum: eu não conhecia a vida social da cidade (e não tinha carro, o que dificultava e muito a piriguetação). Enfim, tome cuidado pra não entrar numa rotina de tomar um 'whiskinho' pra relaxar quando estiver sozinho no quarto e voltar da Índia pinguça! Eu ouvi falar de umas histórias dessas aqui na BR...
Outra coisa: você precisa divulgar melhor seus blogs... Acabei de descobrir que o Paxá morreu.
Abraço e boa sorte, amigão!