terça-feira, 24 de agosto de 2010

Hadouken!!!

Por causa da chuva todas as portas e janelas da minha casa estão inchadas. Por causa disso em algumas delas abrir e fechar só na base do Hadouken (se você não sabe o que é Hadouken ou quer relembrar clique aqui).
Agora tenho que esperar as monções terminarem, para que elas sequem e, então, voltar a rotina normal de abrir e fechar portas e janelas usando a maçaneta.

domingo, 22 de agosto de 2010

Tarantela!

Já disse aqui em um passado longínquo que férias durante esse período é muito mais que um simples descanso do trabalho. É um descanso para cabeça, como se recarregasse as baterias (apesar dessas estarem cada vez mais arriadas) e voltar com gás para trabalhar e lidar com os indianos.
Dessa vez resolvemos não voltar para o Brasil. Primeiro porque no Brasil corremos sem parar na tentativa de ver todos. E segundo porque era a última passagem paga para Europa. Então resolvemos ficar pela Itália e conhecer um pouco do país. Em quinze dias percorremos Roma, Assis, Florença, Siena, Pisa e Veneza.
Roma, para mim, foi o mais legal. A cidade é bonita, a todo canto tem alguma coisa que algum romano deixou por lá. Andamos pelo Coliseu e o complexo ao seu redor, fomos ao Vaticano onde passamos o dia para rodar o Museu do Vaticano e Basílica de São Pedro.
Em Assis fomos às Basílicas de São Francisco e Santa Clara. A cidade é bem pequena e conserva sua estrutura medieval. Muito legal de ver.
Em Florença ficamos mais dias. Com direito a bate-volta para Siena e Pisa. Florença é uma cidade extremamente cultural, com museus e obras de artes pelas ruas. Lá passamos o final de semana com amigos. Foi muito interessante ver obras de todas as quatro tartarugas ninjas em um mesmo lugar.
Em Siena assistimos ao Palio, tradicional corrida de cavalos da cidade. O evento coincidiu com a data que estaríamos por lá. É tudo muito louco. Vários “times” se vestem de maneira medieval, fazem um desfile e no final, o mais esperado, a corrida. A corrida começa, ou melhor, não começa, mais como uma briga. Fica um empurrando o outro no cavalo e a galera vibra quando o couro come. De repente, um cavalo que estava o tempo todo mais atrás, decidiu largar e todos largaram atrás. Três ou quatro voltas depois, o campeão. No final ainda teve uma pancadaria na torcida e eu saí de lá rapidinho porque não podia perder o trem. Confesso que não entendi muito o quê se passou, mas foi engraçado.
Depois Pisa, onde vi a famosa torre torta e a igreja ao seu lado. Mas tudo por fora: uma das grandes desvantagens da Itália é que tudo se paga, e caro, para entrar. O mais interessante que seria subir na torre tinha que ser com hora marcada e antes de 12:00PM o horário mais próximo disponível era as 7:00PM.
Por último Veneza. Interessante ver a cidade em que invés de ruas existe canais. Rodamos e conhecemos boa parte da cidade e aproveitamos um dia para matar saudades de outra coisa que faz falta aqui na Índia: praia. Fomos à Lido, umas das ilhas ao redor de Veneza e passamos um tempo da praia aproveitando o dia.
A viagem foi muito boa. Talvez muita coisa para se ver de uma vez, merece outra passagem por lá com mais calma. Agora é voltar para a realidade e ritmo de trabalho.

Welcome To Incredible India III

A volta para a Incredible India tem sempre uma surpresa. Dessa vez toda aquela umidade que estava na parede se transformou em um lindo jardim de mofo. Para combinar, os moveis, portas e janelas, todos de madeira, também adquiriram alguns pontos de mofo.
Agora é começar a limpeza das coisas de madeira e deixar a parede apodrecer. Não caindo, está bom. Faltam só 4 meses!
E vamos falar das coisas divertidas que foram as férias...


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Meus 30 anos na Índia

Hoje é meu aniversário de 30 anos. Em 29 anos nunca imaginei passar meus 30 anos na Índia. Passei pelas aulas de geografia e história na escola, pelas notícias dos países em desenvolvimento, até a própria vinda para a Índia (a primeira vez, diga-se de passagem, ainda com 27 anos). Em nenhum desses momentos imaginei essa data por aqui. Isso se concretizou apenas há alguns meses atrás, oito meses para ser mais preciso.
O dia foi normal. Nenhuma ruga ou cabelo branco novo – mas os velhos permanecem. Trabalhei normalmente e voltei para casa no horário de (quase) sempre. Cheguei em casa e encontrei minha mulher bonita e cheirosa para me receber e, ainda por cima, tinha feito um jantar especial. Recebi emails e ligações no skype e celular de amigos e parentes. E vários parabéns via Orkut e Facebook (obrigado a todos).
É incrível como as coisas mudaram rápido nesses últimos 30 anos. Quando eu era criança os telefones eram de disco e, no Brasil, você tinha que comprar ou alugar a sua linha. Nos trinta anos seguintes vieram os telefones de botões, secretária eletrônica (primeiro com uma pequena fita cassete e depois com memória), o telefone sem fio e então as várias gerações de tecnologia celular.
Quando criança eu escutava discos de vinil e fita cassete. E como o desenrolar do tempo vieram os CDs, então os mp3 e os mp3 players. Assistia TV mono, sem controle remoto, que evoluíram para as modernas TVs de plasma, LCD e, por último, LED. E, nessa TV, se podia gravar, assistir e alugar fitas para usar em um vídeo cassete, que, após uma grande revolução de tecnologia, passou de duas para quatro cabeças. E essa revolução se tornou hoje ridícula com a chegada dos DVDs e, agora, Blue-Rays.
Meu primeiro vídeo game foi, como de quase todos da minha geração, um Atari. Também passei pelo Master System, enquanto amigos passavam por Mega Drive e Nintendo 64. Hoje estou bem feliz com o meu PlayStation 3.
Meu primeiro computador foi um MSX. Meu não, do meu pai. Não servia para muita coisa em casa senão para jogar. E tínhamos vários disquetes de 5 ¼’’ que armazenavam a incrível quantidade de 720KB em seu auge. E, talvez mais do que tudo, foi o campo de maior evolução, afetando inclusive a evolução das outras coisas já ditas.
Não tenho vergonha de assumir minha ignorância e dizer que até entrar na faculdade nunca tinha usado a internet. Não sabia como usá-la. E a primeira vez que usei em um dos computadores da faculdade achei uma bosta. Saí sem entender o que todo mundo estava falando dessa “tal internet”.
Não quero dar uma de saudosista e muito menos dizer que estou velho. O que quero dizer é que a chamada geração X já está no mercado de trabalho. Fomos preparados para acompanhar mudanças extremas em pouco tempo. E espero que possamos continuar acompanhando.
E foi essa a reflexão que fiz hoje dos meus primeiros trinta anos de vida. Não esperava nunca comemorar essa data aqui na Índia, mas o importante é que fui preparado para mudança, para a adaptação e o improviso. E por isso o tempo que estou passando por aqui é menos sofrido do que se parece – ou até mesmo do que descrevo de vez em quando.
Hoje senti falta de estar perto da família e dos grandes amigos. De sair ou de trazer as pessoas para brindarmos essa data. Seja em um bar, “evento pão-de-metro” ou queijos e vinhos. Mas, graças a “tal de internet”, pude me sentir um pouco mais próximo de todos.