segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Viajando pela India

Outro dia, conversando com o Richárd pelo MSN, ele disse uma coisa que me fez pensar um pouco sobre minha situação.
Eu estava dizendo que, quanto mais eu trabalhar aqui, melhor. Acho que isso faz com que o tempo passe mais rápido, afinal “o tempo voa quando a gente se diverte”.
Ele ficou impressionado e disse que eu tinha mais era que aproveitar minha estadia na Índia conhecendo as coisas. Isso me fez refletir sobre a possibilidade de viajar pela Índia e vou escrever aqui o que disse a ele e um pouco mais.
Todos vêem a Índia como uma cultura milenar e muito diferente. Acreditam que vir para cá é fascinante e que irá conhecer lugares ao mesmo tempo muito bonitos e impressionantes.
A verdade é que esses lugares estão aqui sim. E uma viagem pela Índia é, no mínimo, muito interessante. Para nós, brasileiros, que temos uma história de 500 anos, estarmos em um país milenar é muito diferente. Existem coisas que estão aqui a milhares de anos e, algumas, demoraram centenas para serem construídas.
Mas a estrutura da Índia deixa a desejar. Aqui não é a Europa onde você pega um ônibus, trem ou até mesmo aquelas companhias aéreas super baratas e sai, com a mochila nas costas para conhecer outros lugares, planejando encontrar algum albergue onde possa dormir para seguir sua viagem.
As estradas aqui são ruins. Só agora a Índia está investindo na construção de Autovias, mas ainda é algo pontual, não existe uma malha feita, apenas alguns trajetos. Isso inviabiliza uma viagem de ônibus pela longa duração. Para ter uma idéia, a viagem de ônibus de Mumbai a Baroda (onde estou) dura umas 8 horas, para um trajeto de menos de 400 km.
Trem é uma opção muito usada aqui na Índia. Mas também não são nada rápidos, o mesmo trajeto dura 6,5 horas. Além disso, ainda não olhei, mas tenho dúvida quanto ao conforto e qualidade da viagem, todos os trens que passaram por mim até agora estavam meio lotados.
Avião é a melhor opção de conforto e rapidez, mas aqui não existem muitas companhias e opções de vôo, muito menos vôos baratos. Ou seja, tem que economizar uma grana para essa viagem.
Outro fator muito importante: hospedagem. Na Índia não dá para se hospedar em qualquer lugar. Água e comida não são confiáveis. O problema da água em alguns lugares não é só para beber, mas para tomar banho e escovar os dentes também. A comida, além de picante e diferente, também tem problema de higiene. Portanto tenho que desenvolver minha resistência antes.
Mais um ponto que não facilitam as viagens é o calendário de trabalho na Índia. Ter só um dia de final de semana e pouquíssimos feriados no ano (nenhuma ponte), dificulta para qualquer um.
Somando tudo isso ao fato de eu estar totalmente sozinho para viajar e que isso, ao menos para mim, é um fato que pesa, as viagens se tornam mais complicadas.
Mesmo assim, apesar desses vários obstáculos, tenho três viagens planejadas. Ahmedabad á a capital do estado, uma cidade maior, com mais opções de passeios, vou tentar ir para passar o dia. Mumbai, a capital dos negócios na Índia, a maior cidade do país em população, o primeiro dois dias de folga seguidos que tiver eu irei para lá. E Delhi, a capital do país, incluindo Agra onde está o Taj Mahal, vou para lá antes de ir embora e passo alguns dias.
Se conseguir fazer essas três já estarei muito satisfeito e, dentro do possível, terei aproveitado bem minha passagem por aqui.

Um comentário:

Bruno Bordeaux disse...

Caraca muleki! A situação é bem crítica mesmo! Pelo o que vc descreveu, é pior que o Brasil! Siga em frente com essas viagens! Não desista, pois vale a pena. Ah, uma coisa que te aconselho e pensar no custo de oportunidade enão só no $. Tá certo que deve ser super caro e coisa e tal, mas quando você terá oportunidade de estar na Índia novamente?
Ah, curiosidade minha. A Tata motors já lançou aquele carro mais barato do mundo? se sim, vc viu algum? abssssssssssssssss