A vida é feita de milhares de “ses”: a todo o tempo há caminhos diferentes a serem tomados, decisões a serem feitas. Das mais insignificantes às enormes. Das feitas pelo subconsciente àquelas que pesam na consciência. E, as vezes, quando bate o arrependimento nos perguntamos “E se tivesse feito isso diferente?” ou “E se isso não tivesse acontecido dessa maneira?”.
Há algum tempo atrás, eu e a Bá decidimos ter um cachorro aqui na Índia. Uma maneira de se distrair mais, ter alguém para cuidar, além um do outro e também uma companhia para ela enquanto eu estivesse no trabalho.
Teria que ser um cachorro pequeno de modo a não dar muito trabalho na viagem de volta ao Brasil. A princípio pensamos em um Chiuaua. Uma amiga nossa comprou uma aqui e a cachorra é extremamente amável e companheira. Até tentamos entrar em contato com o mesmo vendedor mas ele não pareceu muito interessado em vender. Depois de vários emails, liguei para ele e mesmo assim não respondeu.
Procuramos alternativas. É bom destacar que Baroda é tão fim de mundo que não achamos nenhuma referência de canil por aqui. Achamos um Shi-tzu que teria que vir de Bangalore, do outro lado da Índia. O dono nos atendeu rápido, combinamos o preço e decidimos pegar uma fêmea.
No dia de enviar ele me ligou e me disse que eu teria que ir 9:00pm no aeroporto de Ahmedabad para pegar o cachorro. Disse que não tinha condições, Ahmedabad é a 150km daqui, duas horas de viagem, para pegar um cachorro a noite e voltar. Iria chegar em casa com certeza depois de meia-noite para trabalhar no dia seguinte. Ele fez um esforço e conseguiu arrumar de enviar o cachorro até Goa e de Goa um outro amigo, também criador, enviaria o cachorro direto para Baroda.
O que foi feito, na última quinta-feira a noite o cachorro chegou à nossa casa. Cuidamos dela, levamos ao veterinário para uma avaliação geral e combinamos de começar as vacina e vermífugos a partir da segunda-feira – a veterinária não confia em nenhum desses caras de canil, então mesmo ele dizendo que já tinha dado as doses necessárias ela prefere começar tudo de novo.
Estava tudo bem até domingo de manhã. Saímos para almoçar na casa de uns amigos e, quando voltamos, ela estava toda desanimada, havia vomitado e estava com diarréia. Ligamos para a veterinária, mas ela não estava em Baroda, só voltaria a noite.
A cachorra, batizamos ela de Zoe, ficou assim o dia todo, apenas a noite comeu um pouco e, achando que ela estava melhor, mandei uma mensagem para a veterinária dizendo que estava tudo bem e que no dia seguinte levaríamos ela no consultório. Mas ela não melhorou, vomitou o que comeu alguns minutos depois e mais algumas vezes durante a noite.
Na manhã seguinte a levamos à veterinária que achou que ela deveria estar com alguma irritação no estomago, daria soro e ela ficaria bem. Durante o dia fez exame de sangue e fezes e constatou uma grande infestação de vermes. Ela resolveu passar a noite com a Zoe para cuidar dela e no dia seguinte daria o vermífugo.
No dia seguinte a Zoe não reagiu bem. Depois do vermífugo começou a vomitar sangue. Ela já era pequena e frágil, quando chegou tinha 600g, mas agora, doente, deveria estar com, no máximo, 300g.
A noite ela não resistiu e morreu. No final, o que era para ser uma grande alegria, se tornou uma alegria passageira e tristeza por uma vida tão nova ter se rompido tão de repente. É nessas horas que o “E se?...” vem na cabeça: “E se tivéssemos pegado o Chiuaua?”,”E se não a tivéssemos enviado através de Goa?”,”E se tivéssemos feito exames assim que ela chegou? “,”E se a veterinária estivesse disponível no domingo?”, “E se?...”
Ao mesmo tempo “E se nada disso tivesse acontecido?”, ainda seríamos os mesmo? Será que essa experiência serviu para alguma coisa? Algum aprendizado? Vai saber...
Há algum tempo atrás, eu e a Bá decidimos ter um cachorro aqui na Índia. Uma maneira de se distrair mais, ter alguém para cuidar, além um do outro e também uma companhia para ela enquanto eu estivesse no trabalho.
Teria que ser um cachorro pequeno de modo a não dar muito trabalho na viagem de volta ao Brasil. A princípio pensamos em um Chiuaua. Uma amiga nossa comprou uma aqui e a cachorra é extremamente amável e companheira. Até tentamos entrar em contato com o mesmo vendedor mas ele não pareceu muito interessado em vender. Depois de vários emails, liguei para ele e mesmo assim não respondeu.
Procuramos alternativas. É bom destacar que Baroda é tão fim de mundo que não achamos nenhuma referência de canil por aqui. Achamos um Shi-tzu que teria que vir de Bangalore, do outro lado da Índia. O dono nos atendeu rápido, combinamos o preço e decidimos pegar uma fêmea.
No dia de enviar ele me ligou e me disse que eu teria que ir 9:00pm no aeroporto de Ahmedabad para pegar o cachorro. Disse que não tinha condições, Ahmedabad é a 150km daqui, duas horas de viagem, para pegar um cachorro a noite e voltar. Iria chegar em casa com certeza depois de meia-noite para trabalhar no dia seguinte. Ele fez um esforço e conseguiu arrumar de enviar o cachorro até Goa e de Goa um outro amigo, também criador, enviaria o cachorro direto para Baroda.
O que foi feito, na última quinta-feira a noite o cachorro chegou à nossa casa. Cuidamos dela, levamos ao veterinário para uma avaliação geral e combinamos de começar as vacina e vermífugos a partir da segunda-feira – a veterinária não confia em nenhum desses caras de canil, então mesmo ele dizendo que já tinha dado as doses necessárias ela prefere começar tudo de novo.
Estava tudo bem até domingo de manhã. Saímos para almoçar na casa de uns amigos e, quando voltamos, ela estava toda desanimada, havia vomitado e estava com diarréia. Ligamos para a veterinária, mas ela não estava em Baroda, só voltaria a noite.
A cachorra, batizamos ela de Zoe, ficou assim o dia todo, apenas a noite comeu um pouco e, achando que ela estava melhor, mandei uma mensagem para a veterinária dizendo que estava tudo bem e que no dia seguinte levaríamos ela no consultório. Mas ela não melhorou, vomitou o que comeu alguns minutos depois e mais algumas vezes durante a noite.
Na manhã seguinte a levamos à veterinária que achou que ela deveria estar com alguma irritação no estomago, daria soro e ela ficaria bem. Durante o dia fez exame de sangue e fezes e constatou uma grande infestação de vermes. Ela resolveu passar a noite com a Zoe para cuidar dela e no dia seguinte daria o vermífugo.
No dia seguinte a Zoe não reagiu bem. Depois do vermífugo começou a vomitar sangue. Ela já era pequena e frágil, quando chegou tinha 600g, mas agora, doente, deveria estar com, no máximo, 300g.
A noite ela não resistiu e morreu. No final, o que era para ser uma grande alegria, se tornou uma alegria passageira e tristeza por uma vida tão nova ter se rompido tão de repente. É nessas horas que o “E se?...” vem na cabeça: “E se tivéssemos pegado o Chiuaua?”,”E se não a tivéssemos enviado através de Goa?”,”E se tivéssemos feito exames assim que ela chegou? “,”E se a veterinária estivesse disponível no domingo?”, “E se?...”
Ao mesmo tempo “E se nada disso tivesse acontecido?”, ainda seríamos os mesmo? Será que essa experiência serviu para alguma coisa? Algum aprendizado? Vai saber...
Um comentário:
Pô cara! Que história triste! Mas gostei da temática! Todos nós estamos repletos de ses em nossas vidas... Faço bastante o paralelo com aquele filme "Efeito Borboleta"! Putz tem tanta coisa que acontece na nossa vida! E se seus pais não tivessem vivido na França? E se vc não tivesse morado em Campinas? E se vc estudasse Artes e não Engenharia? Nossa, isso é bem loko! O mais importante é que temos mais poder sobre os "ses" do que imaginamos! abssssss
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