terça-feira, 6 de julho de 2010

Today India Very Trouble

“Today India very trouble, Sir!” – essa foi a frase que ouvi ontem do meu motorista, logo pela manhã. A razão disso foi uma greve coordenada pela Índia.
Tudo começou na última quinta-feira quando os rumores que haveria uma greve na segunda-feira começaram a rolar pela fábrica. Na sexta-feira veio a confirmação: segunda-feira teria uma greve nacional, de todos os sindicatos, contra o aumento no preço dos combustíveis e alguns alimentos básicos.
E como teríamos um dia de greve precisaríamos repor no sábado - que nessa semana seria folga. Começam então as coisas que não entendo: o sentido da greve é penalizar a empresa e/ou governo. A perda de dinheiro com um dia de greve é para fazer qualquer um pensar se vale a pena atender certas reivindicações ou não. Agora, substituindo o dia trabalhado por um outro, a greve perde totalmente o sentido.
Enfim, sábado teve trabalho e segunda-feira não. Dia perfeito para se planejar almoçar fora e dar uma volta pela “grande” Baroda e, quem sabe, pegar um cinema. Foi quando liguei para meu motorista logo pela manhã para avisar que horas queria que ele chegasse e também para buscar minha empregada antes de vir.
Recebi então a informação do caos que havia se espalhado pelas ruas. O partido da oposição, que atualmente governa o estado onde eu moro, aproveitou para colocar mais força na greve.
As pessoas foram para as ruas e não deixaram que nenhum ônibus circulasse, também pararam os riquixás que carregavam passageiros e faziam com que todos descessem. Os lojistas que tentaram abrir suas lojas foram forçados a aderir à greve e até mesmo o cinema, que estava funcionando, foi obrigado a encerrar sua operação no meio da sessão.
Quase que “barricadas” de cinqüenta à cem pessoas se localizaram em pontos chaves da cidade para garantir que ninguém trabalhasse.
Nisso meu almoço, passeio, cinema e até mesmo a empregada dançou, não a deixariam trabalhar. Passamos o dia trancados em casa, sem muito que fazer, refém do alvoroço que se formou pelas ruas.
Hoje, tudo normal, como se nada tivesse acontecido...

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