Cientistas colocaram cinco macacos em uma sala onde, ao centro, se encontrava uma escada e, acima dela, um belo cacho de bananas. Obviamente ao verem o belo cacho os macacos, imediatamente, se animaram e se puseram a buscar o tal.
Nesse momento, fortes e gelados jatos de água atingiram os macacos e os mesmos recuaram. O fato aconteceu algumas vezes até que todos os macacos entenderam que tentar pegar as belas bananas não era bom negócio.
Um dos macacos foi substituído e então, o novo macaco, não entendendo porque todos estavam se contendo para pegar o cacho se lançou nessa tarefa. Os outros macacos, que já sabiam do truque o seguraram e desceram o cacete nele em todas as suas poucas e frustradas tentativas. Então ele assimilou que aquelas bananas não eram para ele.
Trocaram, então, um segundo macaco e o mesmo se sucedeu. Trocaram então o terceiro, o quarto e o quinto, cada um a sua vez, e, como esperado, a reação foi sempre a mesma.
No final, haviam cinco macacos na sala, todos eles de olho no belo cacho de bananas e nenhum deles se arriscava a pega-los. O mais incrível é que nenhum sabia o porquê. Era apenas para manter a reação dos macacos que ali estavam antes.
Contei essa história para introduzir o problema de se copiar uma solução sem entender o porquê de ela ter sido criada. Aqui no trabalho tive vários exemplos disso, mas todos talvez complicados para expor nesse blog. Mas há pouco tempo um fato mais visualizável à todos aconteceu.
Aqui no Bafodão, não raramente a canalização passa por fora da parede. É uma solução bastante comum em países que não o Brasil. Na nossa terrinha, ligamos muito para a estética das coisas e passar um cano pelo lado de fora da parede da sua casa não parece nada bonito. Mas com um pouco de planejamento e capricho até que não fica tão ruim.
Enfim, o fato é que uma persistente goteira surgiu na canalização que vinha da descarga e chuveiro do meu banheiro. Ou seja, essências de merda e água suja pingando no chão do fundo da minha casa. Nada que cheirasse, muito pelo contrário, no calor intenso da Índia a água se evaporava poucos minutos depois de tocar o chão.
Liguei para o dono da casa que mais do que prontamente mandou um “especialista” e seu “encanador”. Ora, qualquer um com o mínimo de noção aproveitaria a vantagem de a canalização ser externa, subiria numa escada, limparia o cano, procuraria o exato ponto do vazamento e resolveria o problema com fita vedante, silicone ou, em último caso, trocando a parte do cano que vazava.
Mas os gênios do Bafodão sempre têm uma solução alternativa. E a maravilhosa idéia foi jogar concreto no cano. Isso mesmo, concreto. Pegaram pó de cimento, jogaram no ralo e depois jogaram água. “Assim o concreto vai para os buracos e resolve o problema” foi o argumento do engenheiro de encanamentos.
Lógico, nada se resolveu. O dono da casa, que é um indiano com muito mais noção da realidade, conversou com o especialista e falou para fazer o serviço direito. No final ele ainda quebrou um pouco a parede em volta do cano, passou tipo um piche para selar todas as juntas (vazando ou não) e, mais uma vez, jogou mais concreto dentro do cano.
O problema então se resolveu. Da maneira mais complicada e arriscada (imagina se o concreto entope o cano?), mas se resolveu.
Agora, qual é o sentido de se colocar o cano para fora da parede se você não usa o benefício disso? Nenhum. E esse é um dos exemplos que posso falar dos cinco macacos. A solução não vem acompanhada de seu uso. Aqui, canos para fora da parede, são apenas canos para fora da parede, nada mais. Melhor que fosse para dentro então.
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