segunda-feira, 28 de junho de 2010

Os Cinco Macacos

Cientistas colocaram cinco macacos em uma sala onde, ao centro, se encontrava uma escada e, acima dela, um belo cacho de bananas. Obviamente ao verem o belo cacho os macacos, imediatamente, se animaram e se puseram a buscar o tal.
Nesse momento, fortes e gelados jatos de água atingiram os macacos e os mesmos recuaram. O fato aconteceu algumas vezes até que todos os macacos entenderam que tentar pegar as belas bananas não era bom negócio.
Um dos macacos foi substituído e então, o novo macaco, não entendendo porque todos estavam se contendo para pegar o cacho se lançou nessa tarefa. Os outros macacos, que já sabiam do truque o seguraram e desceram o cacete nele em todas as suas poucas e frustradas tentativas. Então ele assimilou que aquelas bananas não eram para ele.
Trocaram, então, um segundo macaco e o mesmo se sucedeu. Trocaram então o terceiro, o quarto e o quinto, cada um a sua vez, e, como esperado, a reação foi sempre a mesma.
No final, haviam cinco macacos na sala, todos eles de olho no belo cacho de bananas e nenhum deles se arriscava a pega-los. O mais incrível é que nenhum sabia o porquê. Era apenas para manter a reação dos macacos que ali estavam antes.

Contei essa história para introduzir o problema de se copiar uma solução sem entender o porquê de ela ter sido criada. Aqui no trabalho tive vários exemplos disso, mas todos talvez complicados para expor nesse blog. Mas há pouco tempo um fato mais visualizável à todos aconteceu.
Aqui no Bafodão, não raramente a canalização passa por fora da parede. É uma solução bastante comum em países que não o Brasil. Na nossa terrinha, ligamos muito para a estética das coisas e passar um cano pelo lado de fora da parede da sua casa não parece nada bonito. Mas com um pouco de planejamento e capricho até que não fica tão ruim.
Enfim, o fato é que uma persistente goteira surgiu na canalização que vinha da descarga e chuveiro do meu banheiro. Ou seja, essências de merda e água suja pingando no chão do fundo da minha casa. Nada que cheirasse, muito pelo contrário, no calor intenso da Índia a água se evaporava poucos minutos depois de tocar o chão.
Liguei para o dono da casa que mais do que prontamente mandou um “especialista” e seu “encanador”. Ora, qualquer um com o mínimo de noção aproveitaria a vantagem de a canalização ser externa, subiria numa escada, limparia o cano, procuraria o exato ponto do vazamento e resolveria o problema com fita vedante, silicone ou, em último caso, trocando a parte do cano que vazava.
Mas os gênios do Bafodão sempre têm uma solução alternativa. E a maravilhosa idéia foi jogar concreto no cano. Isso mesmo, concreto. Pegaram pó de cimento, jogaram no ralo e depois jogaram água. “Assim o concreto vai para os buracos e resolve o problema” foi o argumento do engenheiro de encanamentos.
Lógico, nada se resolveu. O dono da casa, que é um indiano com muito mais noção da realidade, conversou com o especialista e falou para fazer o serviço direito. No final ele ainda quebrou um pouco a parede em volta do cano, passou tipo um piche para selar todas as juntas (vazando ou não) e, mais uma vez, jogou mais concreto dentro do cano.
O problema então se resolveu. Da maneira mais complicada e arriscada (imagina se o concreto entope o cano?), mas se resolveu.
Agora, qual é o sentido de se colocar o cano para fora da parede se você não usa o benefício disso? Nenhum. E esse é um dos exemplos que posso falar dos cinco macacos. A solução não vem acompanhada de seu uso. Aqui, canos para fora da parede, são apenas canos para fora da parede, nada mais. Melhor que fosse para dentro então.

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