segunda-feira, 12 de maio de 2008

Double Check

Aqui na Índia, acho que pelo preço e abundância de mão-de-obra, é incrível a quantidade de serviços desnecessários.
A primeira vez que percebi isso foi logo nos primeiros meses quando, após jogar granito para fazer uma rua, colocaram cinco mulheres com uma escova para nivelar as pedrinhas na rua. Atividade que durou um dia inteiro e que, se feita por uma máquina, não passaria de uma hora.
Nessa minha última viagem de férias posso dizer que foi mais difícil sair do que entrar na Índia. A quantidade de vezes que eles checam as passagens e passaporte chegou ao insuportável. Só pude realmente guardar a passagem e passaporte quando sentei na poltrona do avião.
Primeiro para entrar no aeroporto de Baroda já tive que mostrar a impressão da minha reserva. Lógico que eu não a tinha, fui num guichê do lado de fora e pedi para imprimirem. Precisou de duas pessoas para fazer isso, mas me entregaram.
Com isso pude passar da primeira barreira. Mas qual não foi minha surpresa quando, menos de cinco metros depois, já dentro do aeroporto, outro policial me pediu para que eu pudesse entrar na fila do check-in.
Fui para o check-in, entreguei minha reserva e recebi minha passagem. Esperei por um tempo até a hora do meu vôo, então, para passar pelo raio-X, mostrei a passagem, depois de passar pelo detector de metal todos precisam passar por uma nova revista, com detector portátil. E após garantir que está tudo bem, o policial pede novamente sua passagem e a carimba. Daí para o avião são mais duas checagens, uma para entrar no ônibus e outra para entrar no avião.
Chegando a Mumbai, tive que fazer a transferência do aeroporto doméstico para o internacional. Aí pedem sua passagem para pegar a senha e depois para entrar no ônibus. Chegando ao aeroporto internacional, mais uma vez tem que mostrar a passagem para entrar no aeroporto.
Aí veio uma seqüência de exibição da passagem. Primeiro para fazer o check-in, depois para entrar na fila da alfândega, depois na alfândega e, novamente menos de cinco metros depois, uma nova checagem para que você possa seguir caminho até a área de embarque.
Depois de uma caminhada, mais uma vez tive que mostrar a passagem para entrar na fila do raio-X. Depois da revista manual e mais uma checagem e carimbo, dessa vez dois passos depois (juro) estava mais um policial conferindo tudo para que eu pudesse descer a escada rolante. Mais duas checagens para conseguir chegar dentro do avião e estava pronto para a viagem.
Está contando ainda? Essa postagem ficou até chata de tanta checagem. Mas queria dar uma idéia do que esse “double check” que estou dizendo. Todas essas conferidas na minha reserva, passagem e passaporte, poderiam ter sido trocadas por, no máximo, quatro e eles estariam tão seguros quanto estão com todo esse distúrbio.

Um comentário:

Unknown disse...

A buocracia serve justamente para isso, dar "trabalho"para o povo e enfernizar nossa visa.
Bisous.